Para primeiro post neste blog, ocorreu-me falar das redes sociais, Facebooks e hi5s, um bocado por alto, e a nível pessoal.
Creio que as redes sociais têm os seus prós e os seus contras – para quem não tem problemas em mostrar tudo, mas mesmo tudo não há problemas, é até uma forma de expressão pessoal. Houve uma altura (nos primeiros dois anos de existência do hi5), que tinha uma míriade de fotos e informações pessoais sobre gostos e preferências.
Mas às tantas, apesar de ter o meu profile para ser visualizado somente por friends, comecei a ver que poderia haver pirataria também por estes meandros, e a hipótese de entrarem na minha página afigurava-se assustadora – alguém que me quisesse fazer mal, podia-o fazer facilmente, porque eu estupidamente havia fornecido informações minhas de bandeja.
Quando apareceu o Facebook em Portugal, inicialmente usei-o mais para comunicar com antigos conhecimentos de fora do país, depois comecei a adicionar pessoas aqui de Portugal, e às páginas tantas devo ter preenchido todas os espaços imagináveis com vastas informações da minha pessoa.
Hoje, opto claro por manter o profile apenas vizualizável por friends, mas apenas tenho uma foto tanto no hi5 como no Facebook. O espaço das informações sobre mim, encontra-se vazio.
Porquê, perguntam vocês? Bem, porque em parte acho que quem é verdadeiramente meu amigo se deve esforçar por estar mais vezes comigo fisicamente, e não andar a pesquisar sobre mim na web, fazendo frequentemente um juízo redutor acerca da minha pessoa ou dos meus hábitos.
Por outro lado, como já disse previamente, assusta-me a hipótese de invasão de privacidade.
Por outro, e mais importante talvez, o facto de ter um profile totalmente “despido”, é também uma tomada de posição, para incentivar amigos meus nerds, que poucas vezes saem de casa, a saírem mais das redes sociais e viverem mais a vida real.
O único aspecto que às vezes me faz repensar voltar a redes sociais, nomeadamente ao Facebook, é aquela invenção extraordinária que são os grupos, de admiradores, fãs, sócios de algo, de uma pessoa, causa social, ou fãs de um filme x, y, z. Os grupos no Facebook funcionam muito melhor do que no hi5, pois favorecem mais a discussão séria de temas, bem como as pessoas aparecem de forma mais interessante. Mas talvez ainda não tenha voltado porque acho que as pessoas (mais uma vez) devem sair mais do seu casulo, e interagirem mais com o mundo exterior, em vez de se agruparem em torno de grupos virtuais na net.
Por Ricardo Martins
Este é um ciclo de Cinema na Gulbenkian, que vai começar já amanhã, dia 26, e que acho oportuno para o nosso contexto, aqui no Cintra. É um ciclo sobre o Cinema e a Mente, com filmes que lidam tanto como problemas e questões da mente, bem como o seu tratamento(s), por vezes pouco ortodoxos. 
