Sintra continua a ter encantos e mistérios. Solenes. Delicados. Florescem como os ramos na primavera, desprendem-se, dourados, como segredos de outono.
Foi num lindo dia de Outubro. Foi é hoje, como a memória quer. Pequenos objectos que nos acompanham transtornam, mesmo na quantidade do essencial.
Sonhei com um bornal que guardasse os haveres: são de estima.
Aqui por perto, mesmo por bem perto e com muito bom gosto, abre portas uma loja apelativa. E, em demanda de um saco de papel bonito, para lá me dirigi, algo insegura.
- Vende-me um saco de papel? (E ostentei o objecto maior, o meu caderno A4).
- Aqui tem. É oferecido. Sim, sim, pode levar.
- Agradeço-lhe. Bom dia.
Por entre frases inteligentes, numa harmoniosa letra pequena mas legível, um Gato Preto, imóvel, mudo, era guardião.
Aprendi. Hoje foi hoje. O encanto e o mistério são de sempre.
Texto por Otília Ferreira
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Sequências
Nas minhas rugas ninguém viu sal
Bebi-o das ondas como em brincadeiras
Cavalos brancos sacodem sem mal
Das crinas de prata as estrelas primeiras.
Largo voo, longo espaço
Ramo de outono sempre a florir
Sombra na estrada, nome de cansaço
Coração-navio sem porto p´ra onde ir.
Na dor aperta a minha mão
Aperta-a bem apertada
Nela vai o coração
Da minha vida encantada.
Por Otília Ferreira
Outono
Outono magnífico. Uma chuvinha aqui, outra ali mas têm sido dias de Sol e um friozinho em quantidades aceitáveis. Magnífico.
É altura do fim da glória da Natureza com mais um reciclar de folhagem.Mas a mim faz-me gostar de estar vivo. É agradável andar na rua, é até glorioso!
Olhem para o dia, para as suas cores é o que vos imploro!
O tempo não pára. Não percam a chance que a vida nos oferece de apreciarmos o que a Terra tem de mais pura beleza.
É altura do fim da glória da Natureza com mais um reciclar de folhagem.Mas a mim faz-me gostar de estar vivo. É agradável andar na rua, é até glorioso!
Olhem para o dia, para as suas cores é o que vos imploro!
O tempo não pára. Não percam a chance que a vida nos oferece de apreciarmos o que a Terra tem de mais pura beleza.
Texto por João Custódio
Sonhos apenas
Não passam apenas
de sonhos, desejos
ocultos.
Névoas passageiras
que pousam no horizonte
que repito tantas vezes.
Miragens que projecto
tudo aquilo que possa
ainda vir a fazer nesta vida.
Apenas sonhos infinitos
que ficam para além
do meu ser.
Em busca da realidade
vejo nitidamente
a vida de hoje, e o incerto
no futuro.
Porque ainda vagueio
nesta vida sem destino.
Em sonhos que não passam
de meras ilusões.
Texto por: Maria José Almeida
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Destaques para esta semana
Cinema
Começa na próxima quinta, dia 14, o DocLisboa 2010. Já vai com umas quantas edições anteriores, e é um must para os apreciadores de documentário de qualidade. Decorre em sítios diferentes como a Culturgest, o Londres e o cinema S. Jorge;
Continua a 11ª Festa do Cinema Francês, no Instituto Franco-Português;
Continua em exibição o filme Wall Street 2, que é obrigatório para quem quer conhecer um bocado melhor os verdadeiros responsáveis por detrás da crise financeira mundial;
É bom ver que, no meio de tanto pessimismo e dificuldades económicas, nunca estiveram tantos filmes portugueses nas salas de cinema. Estão em exibição O Assalto ao Santa Maria, Embargo, e esta semana estreia a curta-metragem Shoot Me, protagonizada por Maria João Bastos. A actriz também faz parte do elenco de Mistérios de Lisboa, que foi premiado em San Sebastian, e que estreia já no próximo 21 de Outubro.
Teatro
Se quiserem algo de diferente, ver actores em carne e osso, a darem o seu melhor, recomendamos O Sr. Puntila e o seu criado Matti, que estreia dia 15, Sexta-Feira, no Teatro Aberto.
Exposições
Destaque para a exposição dedicada a Andy Warhol, no Museu Berardo, na Praça do Império em Lisboa. Está patente até 17 de Outubro, por isso, despachem-se. Entrada Gratuita.
Música
Aqui bem perto de nós, no Centro Cultural Olga Cadaval, começa o festival Misty - Festival da Música e das Palavras, no dia 15. Conta com nomes sonantes como Rodrigo Leão, Tiago Bettencourt, Piers Faccini e Lloyd Cole Ensemble.
Texto de:
Ricardo Martins
O tempo é precioso
Olhamos várias vezes
acertamos,rectificamos
para que estejam
no compasso certo
horas, minutos
segundos.
Despertador sempre
alinhado, para
sair na hora certa
e nunca atrasar.
Com imprevistos,há que contar.
Compensa mais chegar atrasado, e bem ao seu destino
do que ser apressado, distraido, e ficar pelo caminho.
Melhor é ser precavido e sair mais cedo.
Pode não ser a solução, mas pode compensar, não se atrasar.
Texto por: Maria José Marques
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