terça-feira, 18 de outubro de 2011

DE MÃOS VAZIAS




Tudo o que hoje vejo e sinto são as asas de luz que o verão traz.
Alheia a quem passa sem querer mal a ninguém, tão ao largo do meu cais, tão perdida entre ondas mil dum verso triste, nem memória nem história adoçam o gesto que eu julguei liberto.
Muito foi o ter, o acreditar meu, ainda quando, nos instantes mais suaves, uma doce paz benvinda, tão plena que comungava comigo dos mesmos afectos intensos, dos mesmos sonhos em flor.
Hoje seja o teu dia, Luz, Céu, Sol, Aragem!
Lá para o Outuno, a claridade dentro de mim, verei melhor o assentar-se do empedredado no chão saudoso, mas que quero calmo, feito para as lembranças raras e sombras caras neste caminhar.

Por Otilia Ferreira

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