terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Afecto

Pai, conduz-me outra vez pela noite dos sonhos aflitos. A minha mão, na tua mão experiente, pede-te o norte dos rumos no escuro. E não entrevi o percurso de tão sábio e meigo que foi o teu aviso. Contaste-me o que o medo me contara, mas em palavras ritmadas, profundas, das que aliviam e acendem as mais valiosas memórias.
Pai, com o tu eu prezo a Amizade! Cheguei da turnura do dia calmo, partilhado, que nenhum esquecimento levará. Sei do meu lugar na vida, sem ressentimento, como gostaria também. Hei-de caminhar na tua senda, sem querer afligir-te, sem muitas negligências.
Pai, amo a memória que de ti deixas-te, amo a tua integridade e a tua rebeldia.

Tu, podias ser livre!
Pai, descansa em Paz!


Por Otília Ferreira

Sem comentários: