Não me digam nada. Ao escurecer, as palavras emergem dos longos silêncios. Ficam suspensas de uma ausência de luz. No entanto, pacificam como o afago da saudade. Fulgem, ainda mais reais que nos instantes em que as disseram. Trazem o timbre do coração, maior do que eu, para nele caber toda a dor.
Muda, imóvel, assisto ao seu passo lento ou à sua galopada.
Visitam sempre. Não digam nada!
Por Otília Ferreira
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