segunda-feira, 23 de abril de 2012

NAO SEI PORQUÊ,

  agora, que já estou muito bem sentada, mesmo muito confortável de corpo e mente, dentro daquele automóvel que deixaste desenhado no plano branco do quadro, branco como céu de hoje e a folha abandonada sobre a secretária, cumpro o veloz e aconhegante rumo da minha viagem.
  sabes, como eu, o que é, às vezes, a vontade e a energia que nos movem para a solidão? sentes, também, como eu, que o nosso tecto conhecido e único tem um pulsar de quase melodia e quase voz, a chamar-nos para o seu refúgio e a abrigar uma tristeza envolvente que só à cobertura do seu espaço se diliui?
  passam campos e pedreiras, moinhos e gruas, árvores e postes, rebanhos e outros carros iguais ao meu!

  : Percurso de tantas rotas, no voltear do teu sonho para o meu anseio ... Cheguei ... E ... Aqui estou, só e não, ao Tecto da Amizade!


Por: Otília Ferreira

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