Convencionalmente, a carta ficou para sempre armazenada no género epistolar, confere-lhe dignidade, sem dúvida, mas poucas são as que constituem correspondência, superarem pela forma e conteúdo, e trascenderem, pelas mais raras qualidades as fronteiras que o tempo lhe estaria reservado.
Encontrei esta elevação na correspondência que ficou, para bem dos autores e nosso bem, de Jorge Amado e Ferreira de Castro.
O afecto nunca se torna empedimento. A um tom simultaneamente, respeitoso e coloquial, naqueles manuscritos delicados, sinceros e inteligentes, que sabem cumprir-se sem omissões e que melhor permitem ao olhar dos visitantes do Museu Ferreira de Castro, aonde o espólio se encontra, condignamente em exposição.
Nesta exposição também se nota uma grande amizade entre os escritores, eles partilham ideias, e dessas ideias surgem grandes obras literárias. Partilham vivências que ao longo dos tempos se vão concretizando em páginas lindas de imensa sabedoria.
Por Otília Ferreira e Ricardo Cóias
1 comentário:
Muito bonito, e muito gratificante para mim, que organizei a exposição.
Saudações cordiais!
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