São verdadeiras. Foram vividas e ainda as vivo. Talvez o arrebatamento em que me têm é que lhes pertence, tanto a elas como a mim própria.
A ESTRELA DA MANHÃ é um livro muito belo, quer pelo conteúdo como pelo arranjo gráfico e ilustrações. Oferecido na infância,
li-o vezes sem conta. Narrativa em prosa poética, fala de um menino pobre que tinha frio. De regresso ao céu, um pequenino anjo deu pela falta de luz no casebre. Subiu veloz e contou à Senhora que levara uma estrela do céu para a lareira apagada da choupana; no lugar ad estrela via-se um espaço vazio. Do seu manto de arminho a Senhora colheu então uma estrela, que foi levada para aquele pedaço de céu. É a estrela da Manhã, da Tarde ou dos Pastores.
A DO JOVEM VISITANTE inundou-me de ternura, alegria e paz. Construímos juntos o aperfeiçoamento de três quadras. Ele lia novamente, muito atento, concentrava-se, voltava a usar a borracha para apagar e era de sua lavra a composição final. Perfeito. Aplaudi. Vi-o desaparecer na curva do pátio em lajes na direcção de casa, que fica perto.
A MENINA DA LINDA VOZ telefonou-me ontem. Nunca a vi mas reconheci-a. Entrevista sem fins publicitários. Profissionalismo. Num cantar, num deslizar de cascata. Falámos dos dias ao passare, do Outono, da ilha. Não queria dormir. Não dormi. A casa ficou bem arrumada.
Para que tu, ao leres possas pensar se, mais logo, me ajudarias a caminhar.
Por Otília Ferreira
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