The Master, ou em português
O Mentor, é um filme que teve algumas nomeações para os Óscares, mas que por razões misteriosas foi injustamente ignorado na entrega final dos prémios, e é bem melhor do que muita coisa que por lá andou.
O filme narra a estória de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial (Joaquin Phoenix), que se vê inadaptado à realidade da América do pós-guerra, saltando de emprego para emprego, entregue aos prazeres sexuais fortuitos e ao vício da bebida, mas cuja vida irá mudar drasticamente quando se cruza com o líder de uma seita religiosa (Philip Seymour Hoffman).
Muita gente interpretou o aparecimento da seita familiar no filme como uma crítica à Cientologia, mas aquilo poderá ser qualquer outra nova religião que tivesse aparecido, e são muitas as novas seitas que aparecem todos os anos naquele país.
É um filme com uma dimensão essencialmente espiritual, sem se filiar em nenhuma crença específica, mesmo valores como a amizade e a confiança surgem encenados de forma fascinante, apesar de por vezes a relação entre os personagens principais não ser muito pacífica, resultando em conflitos físicos.
Não é um filme fácil, mas recomenda-se muito. Brilhantemente dirigido por Paul Thomas Anderson, e com três interpretações bastante intensas - Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams - irá fazer-nos pensar muito em questões fundamentais da nossa vida.
Por: Ricardo Martins