terça-feira, 28 de setembro de 2010

Questionando a imprensa

Há quem diga (informáticos e teóricos do jornalismo, principalmente) que os jornais estão mortos. Eu não acho. Uma pessoa quando compra um jornal espera ler algo, um conjunto de temáticas, um colunista em particular, etc. Nesse âmbito, os jornais em papel nunca deixarão de se vender.

A minha reserva em relação a alguns jornais (bem como alguma TV) é o facto de os mesmos procurarem explorar vertentes sensacionalistas, e ocupar um bocado o lugar que o Cinema tinha. Basta pensar que um telejornal há 15 anos atrás tinha apenas 30 minutos. Será que estamos mais avançados?

Por outro lado, a imprensa gratuita tem um potencial enorme, que não é devidamente explorado. Jornais como o Destak e o Metro reciclam muita da informação dos jornais que são vendidos, quando podiam apostar mais na divulgação de eventos construtivos, e deixar de lado a exploração de sentimentos de algumas notícias.

Os jornais gratuitos podem ter uma importância fulcral na nossa sociedade (aliás, Portugal é um país de pessoas que se dedicam afincadamente à actividade de não ler, dizia Miguel Esteves Cardoso), e podem mostrar muito do que há de mau e de bom num país, devendo escolher melhor o que divulgam.

Nos tempos da II Guerra Mundial, os nazis atiravam panfletos por avião aos países que pretendiam invadir (por exemplo, o Reino Unido e a URSS), intimidando os povos, fazendo-os questionar os próprios governos. Um jornal gratuito, se não tomar cuidado, arrisca-se a fazer o mesmo serviço que presta o Correio da Manhã e o extinto 24 Horas – disseminar a desconfiança entre as pessoas, procurando instalar medos irracionais e injustificados.

Texto de:
Ricardo Martins

Sem comentários: