terça-feira, 3 de maio de 2011

Janela na Solidão


Dar voz à voz que não fosse minha...
Partir p'ra ti de asas encobertas
Tão transparentes, leves e incertas
Que nem me doesse a voz donde vinha

Talvez de um cais para descobertas
Dentro de mim, alheia e sòzinha
Assim são as asas da sábia andorinha
A riscar os céus, de laços libertas.

Fosse eu voz da voz na tua coragem
Na tua justiça de rumo e viagem...
Pisar no meu chão tanto sofrimento!

O medo que fica se te vais embora
É tudo o que tenho, futuro e outrora.
Além é a voz: essa tua voz a exigir alento!

Por Otília Ferreira

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