terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Homem Só, Meu Irmão

Vi os teus gestos e a beleza que eles teciam. Demorei-me nas margens da mágoa e, nelas, tu tinhas deixado também violetas minhas para todos.
Aonde cober o teu riso, a tua fragilidade, a tua atenção, ascendes comigo nos frios das noites até à luz das estrelas.
Vamos ouvir um cântico sem idade. O que criaste chamou. E é o calor dos sós, dos que reuniste, dos que não te sabiam e queriam sonhar-te.
Desajeitados, amargos às vezes, diluem o ardor dos olhos enxutos, no brilho das tuas mãos amigas. Eu também, "...homem só", "meu irmão".


Por Otília Ferreira

1 comentário:

Tentativas Poemáticas disse...

Foste tu, querida amiga Otília, quem me incentivou a escrever. Grangeei amizades - virtuais, é certo -, mas também já tive o privilégio de conhecer pessoalmente algumas dessas pesssoas. Suspendi as publicações e ainda não sei se voltarei a publicar. É sempre lindo e profundo tudo o que nos transmites através do dom que possues, arquitecta exigente da palavra, quer seja em prosa quer seja através da poesia.
Beijinhos com ternura.