Que rio corre, assim espesso, cinzento, sob a pele? Fico só, aquém muralha, aonde os timbres se perdem e as imagens deixam nome de saudade. Cada movimento não é mais que intenção ou erro. Aonde a manhã? Aonde o riso acordado, desdobrado como voz e eco em horizonte de serra e quebradas.
Faz bem ver tudo quando tudo é quase nada. Alivia.
Curvo-me sobre a folha como se recomeçasse. De novo, parece novo. Trago a alma prisioneira de mim. O coração adverte. Sei sofrer e paira um leve sol mais feliz. Efémero. A saudade é como ele. Intensa ou suave, igual à luz. Um dia, talvez, intermitente. Quisera-a breve, de tão conhecida. Esperar é aveludado. E a dor. Quem sabe?
Por: Otília Ferreira
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