Há muito que deixei de escrever a alguém, mensagens enviadas em linhas de papel. Quando todos os laços se quebraram e jamais se voltaram a corresponder. Por este meio venho solicitar a carta perdida no tempo, imaginá-la com perguntas. Escrevo para saber se tudo está bem por aí, se todos estão de boa saúde, procuro notícias dos que estão longe e talvez seja correspondida com uma carta às perguntas que tantas vezes questionei, na distância que nos separava. Talvez a mensagem escrita me deixe ficar mais descansada, ou cheia de mil e umas mais preocupações, ou as novidades boas me façam ficar feliz. Que no final dessa carta, na despedida encontre um abraço, um beijo, um até à próxima e encontre um nome de alguém que conheço bem e que me conhece também, encontre as palavras que me confortam o coração, e que eu de volta também correspondo assinando no fim de cada cara o meu nome, como sinal de que recebi a mensagem escrita nas linhas de papel, das saudades trocadas à distância de um voo de uma carta correio de postal.
Por Maria José Marques
Sem comentários:
Enviar um comentário