segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aonde vais, Branca Flor?


Li o medo nos teus olhos.
Li a raiva nos teus gestos.
Li a mágoa nos teus incertos queixumes.
Chegas da bruma e és tu.
Podias ser Ela, és tu Irmã Saudade.
Podias ser Ela, és tu a pairar no azul.
Podias ser ela, és tu na intransigente atenção.
Perdemo-nos na floresta dos canaviais aonde já não chegam pastores que nos digam. Deambulamos pelo jardim das flores aonde não vão os aromas de uma ausência.
A Primavera espera-nos: só para eu esperar-te, Branca Flor!

Por Otília Ferreira

Oscares 2012


A 84ª edição dos Academy Awards, aconteceu no dia 26 de Fevereiro de 2012 no Hollywood and Highland Center, Hollywood, Califórnia.

O grande vencedor dos oscares foi "O Artista", um filme que venceu os mais importantes e cobiçados prémios da noite - o prémio de melhor filme, melhor actor principal Jean Dujardin e melhor realizador Michel Hazanavicius. A história passa-se em Hollywood entre os anos 1927 e 1932, focando-se num actor em declínio e uma atriz em ascensão enquanto o cinema mudo sai de moda, sendo substituído pelo cinema falado.

Os restantes premios foram entregues a Meryl Streep como melhor actriz principal no filme " A Dama de Ferro", Christopher Plummer melhor actor secundario no filme "Beginners" e a Octavia Spencer no filme "As Serviçais".

Por: Edgar Pacheco, Mamadou Sello Só, Cidalia Neves.

A dama não é para brincadeiras


Após alguma indecisão, decidi ir ver The Iron Lady. A figura de Margaret Thatcher pode não suscitar grande simpatia, mas o que é certo é que a interpretação de Meryl Streep é tão brilhante que consegue tornar a antiga primeira ministra britânica num ser humano. Ela não interpreta apenas Thatcher, ela transforma-se em Thatcher ante os nossos olhos, adoptando os mesmos maneirismos, a dicção e o sotaque. Há muito que um Oscar de melhor actriz não era tão merecido.

O filme conta ainda com a presença de Jim Broadbent, no papel do esposo algo passivo, Denis. O actor é o complemento ideal à ferocidade da figura da líder política.

Recomendo o filme se apreciam fitas biográficas, se se interessam por políticos controversos e /ou se são interessados nas convulsões sociais daquela época no Reino Unido.

Por: Ricardo Martins

O Carnaval na Guiné-Bissau





O carnaval é uma festa muito importante no meu país- Guiné-Bissau. A diversidade cultural de um pequeno país, a Guiné-Bissau, mínimo na geografia mas com 23 etnias e 9 idiomas, concentra-se todos os anos em meados de Fevereiro na capital, Bissau, numa enorme e inebriante manifestação de alegria popular. Trata-se do Carnaval, costuma ser celebrado no dia 4 de Fevereiro embora seja uma tradição originalmente europeia.
Nesta nação africana a celebração assume matizes de identidade social e artística ímpares neste dia as crianças e adultos preparam máscaras tradicionais, para apresentarem a sua tribo no Palácio Presidencial. O povo concentra-se no palácio para ver o desfile das tribos. O grupo que melhor representa a identidade cultural de sua tribo (dança e máscara)recebe o prémio.

Mamadú Sello Só

Um excelente filme que não recebeu Oscares


Tive a boa ideia de ir ver J. Edgar, após ter meditado algum tempo sobre o assunto. Havia lido uma crítica num jornal nacional que afirmava que tal género de filme, o “biopic” com caracterização carregada do actor, tinha passado de moda. Além disso, pelo trailer parecia-me demasiado parecido com O Aviador, também com Leonardo di Caprio. Ainda bem que mudei de ideias e decidi ir vê-lo, pois trata-se de um biopic bastante sóbrio, magnificamente dirigido por Clint Eastwood, e bastante bem interpretado por Di Caprio, que aqui tem o papel da sua vida.

J. Edgar foi um dos homens mais poderosos e mais temidos da América. O lado bom dele reconstruiu o FBI, limpou a corrupção dentro da instituição, e caçou alguns inimigos escondidos, como os nazis e os terroristas. Porém, tinha um lado paranóico que via inimigos em todo o lado, mesmo aonde não existiam, sendo um dos instigadores da “caça às bruxas” na grassou na década de 50. Foi ele quem expulsou Charlie Chaplin em 1952, só por o mesmo ter amigos comunistas.

J. Edgar tinha a mania do controlo (construía vastas bases de dados sobre pessoas que mandava vigiar), e uma sexualidade complicada para o tempo em que vivia. Especula-se que era homossexual e que teve uma relação escondida com um colega próximo do FBI.

J. Edgar é um daqueles filmes que deve ser visto por quem se interessa pela História dos Estados Unidos, pelo FBI, ou por filmes biográficos.

Por: Ricardo Martins

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A crise e o negativismo




Nos dias que correm é raro não encontrarmo-nos, notícias negativas nos media sobre a crise, o que infelizmente se torna contagiante, o que faz com que a maioria das pessoas não consiga ver o outro lado. Não é raro a grande parte das pessoas sentirem-se abatidas por notícias negativas, basta um acontecimento menos feliz que afecte todos e nos deixe de mau humor. O negativismo nos media pode ser um ciclo vicioso que determina o ambiente que se vive diariamente, isto porque as noticias negativas podem ser tão pessimistas e persistentes que acabam por influenciar tudo e todos. Pior do que isto, é que este tema da crise actual, pode contagiar temas positivos. Deve-se dar atenção á actualidade, mas penso que todos os dias a falar do mesmo assunto não é forma de ultrapassar as dificuldades. Por isto é que boas notícias são precisas.


Por Ricardo Machado

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012



Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembro: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... foi um sonho
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...

Almeida Garrett

Neste dia escolhi este poema para celebrar o amor, em especial pelo meu filho e pela minha mãe.

Por Maria José Almeida

Balada de Coimbra


Dobadoira gira gira gira
Dobadoira alegre vai girando
Na febre de dobar em que delira
Só tu é que a deténs de quando em qaundo.

Recorda o seu murmúrio de uma lira
O seu murmúrio tão discreto e brando
E a dobadoira gira, gira, gira
E a dobadoira alegre vai girando

E gira alegremente a dobadoira
que sonhos de oiro dobará, Senhora,
Girando sempre alegre sempre assim
Entregue ao seu rumor sempre tão mansa
Não pára, não se queixa, nem se cansa
E o sonho que ela Doba não tem fim

Autor desconhecido


Para este dia fiz esta escolha, para mim simboliza a visão do feminino, grácilo e corajoso, que com as armas de Penelope inspira confiança e eterniza o amor.


Por Otília Ferreira



O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

Fernando Pessoa


Neste Dia de S. Valentim escolhi este poema em nome dos (E)namorados celebrando o amor no seu mais profundo significado.


Por Edgar Pacheco

Volte face do tempo

In Jornal Repúblicano "A Vanguarda 23 de Agosto 1895"


A crise em Portugal é uma constante desde o Séc. XIX


Por Maria José Almeida e Edgar Pacheco

Obesidade e Excesso de Peso - Epedimia do Séc.XXI



A obesidade e o excesso de peso são preocupação dos técnicos de saúde do Séc.XXI. A comunidade cientifica defende que esta tendência tem origem na má alimentação e na vida sedentária.

Mas estudos recentes de vários investigadores diz que a vontade de comer certos alimentos e gostar dos mesmos depende dos nossos genes. As pessoas com formas especificas do gene CD36 tendem a gostar mais de alimentos com altos teores de gordura e estão portanto em maior risco de se tornarem obesas.


Por Maria José Almeida

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Para quem gosta de thrillers


Há coisa de semana e meia fui ver Os Homens que Odeiam as Mulheres ou The Girl with the Dragon Tattoo no original. Recomendo se gostaram do livro de Stieg Larsson, se são fãs de Daniel Craig ou do realizador David Fincher. Aliás, há bastantes semelhanças entre este filme e Zodiac. Ambos tratam da investigação em busca de um serial killer. Mas este filme, a meu ver, é mais consistente.

As interpretações são muito boas. Daniel Craig é sólido como o jornalista Mikael Blomqvist, mas quem rouba o show é a jovem Rooney Mara, como a hacker gótica Lizbeth Salander. Esta compõe uma personagem complexa e forte, que foge completamente ao estereótipo de papéis femininos em cinema. A partir do momento em que ela entra em cena, vemos que há ali muito passado contido.

O filme tem também algumas cenas violentas e assustadoras, mas são essenciais ao desenrolar da estória, e quem já viu filmes do realizador não ficará demasiado chocado.

Por: Ricardo Martins