A angústia torna-se mais leve, mais breve, quando deixamos de querer entrever o rosto da morte. Ele está em mim se lhe der lugar, mora comigo se em coração, na pulsação enlaçada e liberta, assentar. Mas é preciso que alguém imprima nas minhas rugas o futuro, a um tempo incerto e inadiável. Temo que nem um sobressalto sequer me avisasse. Apenas aquela naúsea de uma doentia proximidade, alheia a mim, dardejante, incógnita no caos, para sempre, a partir do meu retrato intocável.
Por: Otília Ferreira
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