segunda-feira, 26 de março de 2012

O Artista


O Artista é um daqueles casos que não conseguia entender se era puro fogo de vista, ou se tinha genuína qualidade, no meio do tão publicitado revivalismo do cinema mudo. Pois bem, apraz-me dizer que gostei e não foi pouco. As técnicas do antigo cinema mudo são aqui usadas de forma imaginativa, e felizmente o filme não cai na caricatura fácil de filmes daquela época. Antes pelo contrário, aqui é homenageado esse cinema, bem como os actores que caíram em desgraça quando apareceu o sonoro.

As prestações dos actores são nada menos do que geniais, uma vez que não podem falar, têm que transmitir a personagem através de gestos. Jean Dujardin é idealmente carismático como o galã em decadência, compreende-se porque recebeu o Oscar. Bérénice Bejo é atraente e enérgica como a jovem estrela em ascensão. Mesmo o cão é fantasticamente bem treinado.

Outra das vantagens do filme ser mudo, é o facto de poder usar actores de vários países, mesmo que nem todos falem a mesma língua. Para além dos dois actores franceses, temos ainda John Goodman e James Cromwell como secundários.

É necessário mais cinema assim, pleno de ideias alternativas, que não tenha medo de arriscar em sair do molde do cinema comercial, ousando usar linguagens que hoje são consideradas arcaicas.

Por: Ricardo Martins

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