Fui há uns dias ver o último filme de Roman Polanski,
O Deus da Carnificina, com Kate Winslet, Christoph Waltz, Jodie Foster e John C. Reilly.
Estava interessado em ver o filme por razões várias - pelo realizador, que é um velho mestre que fez alguns dos maiores filmes da História; pelos actores, que são dos melhores da actualidade; e pelo tipo de filme em si, quatro pessoas confinadas a um espaço físico, em que as máscaras de cordialidade e de boa educação começam a cair, o que me pareceu logo ser uma experiência bem intensa.
O
Deus da Carnificina é brilhante na gestão do espaço, na direcção de actores e na abordagem ao angst que está inerente às sociedades actuais, em que tanta coisa fica por dizer, atravessado na garganta, e depois as pessoas acabam por deitar cá fora noutro contexto, e da pior forma possível.
Antigamente, quando alguma coisa corria mal num casal, a violência era muito física (sendo regra geral as mulheres as vítimas, infelizmente). Hoje em dia, humilham-se mutuamente após uns copos, o que não quer dizer que tenhamos propriamente evoluído.
Ricardo Martins